Brasil Bruxo – Castelobruxo

É muito divertido ler sobre uma escola de magia no Brasil, como Renata Ventura descreveu em seus livros (falei deles aqui e aqui). Mas você começa a ficar um pouco confuso quando lembra que a própria J. K. Rowling, lá em 2016, escreveu sobre a existência de outra escola nas nossas terras, a Castelobruxo.

Trata-se de uma construção toda quadrada, lembrando um templo, de tijolos dourados, escondida na Floresta Amazônica. Os alunos que frequentam essa escola vem de toda a América Latina. Usam vestes verde e são especialistas tanto em Herbologia quando em Trato das Criaturas Mágicas. Aliás, é mundialmente reconhecido o intercâmbio que a Castelobruxo promove a alunos que queiram se especializar no uso das ervas mágicas.

Depois de ler todos os livros da série Harry Potter, eu ficava muito tempo (muito mesmo) imaginando os pormenores do mundo mágico, que Rowling não havia descrito. E um deles era a possibilidade de existirem outras escolas. Até porque, uma escola apenas não comportaria os bruxos de todo um continente. Para se ter uma base de comparação, Hogwarts tem uma capacidade média de mil alunos.

Fanart da Castelobruxo.

Em um tweet, Rowling afirmou certa vez que Hogwarts é uma escola pública, sendo que todas as despesas são pagas pelo Ministério da Magia. Então eu comecei a imaginar se as outras instituições(não as onze que a autora revelou existirem pelo mundo) seriam pequenas escolas particulares, espalhadas pelo país. Com essas conclusões em mente, foi fácil imaginar que o mesmo acontecia nas Américas Latinas, quando a autora revelou a Castelobruxo e outras três novas escolas.

Aí vieram os livros da Renata Ventura pra complicar um pouquinha mais a nossa vida. Ela criou a Nossa Senhora do Korkovado para o universo do Hugo Escarlate anos antes da notícia da Castelobruxo. E ela mesma explicou que os universos Potter e Escarlate não coexistem, são paralelos. Mesmo assim, no meu coração, um não exclui a existência do outro, se considerarmos a necessidade de existir mais de uma escola para ensinar a todos os bruxinhos latinos. Por isso mesmo, Renata criou logo cinco escolas espalhadas pelo Brasil.

Ruínas de Paricatuba, em Amazonas. É assim que os trouxas enxergam a Castelobruxo.

Agora, vamos fazer as contas de novo? Para Renata Ventura, o Brasil tem cinco escolas de magia. Se cada uma delas for do mesmo tamanho que Hogwarts, teremos apenas cinco mil bruxos matriculados. É muito pouco. Mesmo que cada escola fosse cinco vezes maior que Hogwarts, ainda assim os bruxos matriculados não chegariam a 1% da população brasileira. E eu não estou exagerando. A maior escola pública do América Latina, o Instituto Estadual de Educação de Florianópolis, tem capacidade para nove mil alunos.

Novakverso

É aí que eu entro, encaixando o Novak no meio desses dois riquíssimos universos mágicos. Eu não vou dizer que o Novak habita o mesmo mundo de Hogwarts, nem o das cinco escolas da Renata Ventura. Também não vou dizer que é um universo totalmente novo. Prefiro deixar esse assunto aberto para especulações.

Vamos dizer então que, no Brasil que Novak vive, existem algumas grandes escolas públicas, financiadas pelo Conselho de Ensino do Ministério da Magia. Existem também outras escolas particulares, centenas delas, de vários tamanhos, espalhadas pelo Brasil. Elas também são subordinadas ao Conselho de Ensino e recebem alguma verba, mas sobrevivem principalmente das altas mensalidades. Você pode incluir aí a própria Escola de Magia e Bruxaria do Brasil, que fica em Campos do Jordão, São Paulo.

A EMB é mais do que uma atração turística, uma vez que tem seu próprio mundo literário.

Uma vez que o foco da história toda é o desaparecimento de um professor, era de se esperar que houvessem escolas no “O Diário do Alquimista”. E certamente há, Novak inclusive visita duas delas, uma em São Paulo e outra em Santos. Nenhuma delas é citada em nenhum dos três universos literários que mostrei aqui. Fica a cargo do leitor imaginar que eles estão lá ou não.

Existem ainda outros assuntos que os universos das duas autoras discordam, principalmente porque Renata adaptou sua narrativa à realidade do Brasil. Coisas como o próprio funcionamento do governo, por exemplo. No Brasil de Hugo Escarlate, existe um Presidente bruxo, inclusive com eleições separadas das pessoas não-bruxas. Acredito que Renata fez isso pois o nosso presidente é o que mais se assemelha à posição de Primeiro-ministro Britânico.

No entanto, eu discordo dela. Não acredito que as coisas funcionariam dessa maneira aqui no Brasil, se houvesse mesmo uma comunidade de bruxos vivendo às escondidas. Por isso, antes mesmo de começar a escrever “O Diário do Alquimista”, eu defini funcionaria o governo dos bruxos brasileiros. Mas isso é assunto para outro post.

Novak e o Diário do Alquimista é um romance nacional que mistura magia e suspense em uma narrativa enigmática. A trama acompanha o protagonista homônimo Novak, um detetive particular que passa a investigar o misterioso desaparecimento de Afonso Albuquerque, um professor e importante figura no campo de estudos sobre poções medicinais. No entanto, o que seria mais um caso rotineiro acaba revelando segredos sinistros e perigosos. A jornada do investigador vai explorar um Brasil mágico, com uma grande comunidade de bruxos e assuntos ocultos dos não-mágicos, conhecidos como “manés”. Apoie esse projeto no Catarse, até o dia 29/11/2021.

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